quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Garoto que Domou o Vento

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Hoje a leitura de um post do ano passado no blog Contraditorium trouxe reflexões sobre perseverança, atitude e esperança. Segue abaixo:

Esta é uma daquelas histórias que rendem filmes de Sessão da Tarde, mas ao contrário do excelente Céu de Outubro, a situação de William Kamkwamba era muito mais dramática.

Ele nasceu e cresceu em Malawi, um daqueles países irrelevantes até mesmo para os padrões africanos. Tem 14 milhões de habitantes, baixa expectativa de vida, alta mortalidade infantil e AIDS. A renda per capita é de US$312,00. Só para comparar a do Brasil é de US$8.295,00.

Sua vila/aldeia não tinha saneamento básico, água corrente e muito menos eletricidade. É comum na África gente percorrer quilômetros a pé para recarregar celulares e rádios, e era o que William fazia.

Em 2002 aos 14 anos seus pais foram obrigados a tirá-lo da escola. Assolados pela fome a família não tinha como mantê-lo estudante. Mas Kamkwamba era um grande guerreiro, não no sentido militar -guerra não faz ninguém grande- mas no intelectual. Mesmo fora da escola ele continuou frequentando uma pequena biblioteca, de um só cômodo, bancada por doações do Governo dos EUA.

Nela ele viu um livro sobre moinhos de vento. Mesmo sem entender muito bem inglês, percebeu que aquilo era algo que ele conseguiria fazer. Percebeu que eletricidade era a chave para melhorar a condição de vida de sua família. Só 2% da população tem acesso ao recurso.

Durante 3 meses ele juntou peças de ferro-velho, bicicletas encontradas no lixo, estudou sobre magnetismo, condutores e dínamos. De posso do conhecimento repassado por Mestre a muito mortos, ele fez algo que deixaria Maxwell orgulhoso: Aplicou a Teoria e construiu um moinho de vento:

Antes do projeto ficar pronto, a turma que acredita que nada pode ser feito da primeira vez caiu de pau em cima do garoto, afinal um moleque de 14 anos, em um país insignificante da África ousar desafiar os Deuses da Mediocridade e construir algo, ao invés de sentar, reclamar e ficar recebendo calado a esmola em forma de doações da ONU?
Isso é uma afronta a todo mundo que escolheu o caminho mais fácil. Por isso Kamkwamba ouvia coisas como:
“Você é doido, acho que está fumando maconha demais”

Indignado o garoto respondia: “Vejam esta foto no livro! Esse moinho não caiu do céu, alguém construiu!”
Mesmo assim o projeto deu certo. O moinho gerava energia para televisão, eletrodomésticos, rádio, iluminação, recarregar celulares e o mais importante, bombear água.
Logo o moinho de Kamkwamba se tornou atração turística/funcional. Pessoas vinham de longe para carregar seus celulares, outros começaram a visitar a biblioteca, os sábios locais perceberam que a história precisava ser divulgada. Logo um jornalista apareceu e Kamkwamba teve seu feito publicado.
Graças aos blogs a notícia se espalhou mais ainda. Logo William Kamkwamba estava ensinando a construir moinhos, viajando pela África contando sua história, que foi parar nos ouvidos de Bryan Mealer, jornalista especializado na África.
Bryan passou mais de um ano juntando material, fazendo entrevistas e visitando os locais, até escrever “O Garoto que Domou o Vento”, contando toda a história.
O livro já está na lista de Best Sellers do New York Times. William Kamkwamba ganhou uma bolsa de estudos e está terminando seu Segundo Grau em Johanesburgo, na África do Sul, no Kings College.
Ele acaba de voltar de uma turnê nos Estados Unidos, apareceu em diversos programas, como o Daily Show. Quer fazer faculdade por lá, e eu aposto meu botão de block no Twitter que não faltarão Universidades oferecendo bolsas integrais.
Afinal de contas mesmo sendo um garoto que não foi alfabetizado em inglês, sem um centavo no bolso e praticamente sem comida em casa, William Kamkwamba tem INTELIGÊNCIA, o que (nem sempre) é algo reconhecido por seus pares.
Isso propiciou um currículo invejável. No mínimo tem que se respeitar alguém que faz uma apresentação no TED em Oxford, Inglaterra.
Ele conseguiu isso sem computadores, sem Internet, sem superstição, sem ódio nem raiva. Poderia ser mais um pregando caos e destruição, com seus AK47s virtuais ou não. Mas esses e seus gritos raivosos estão sempre destinados ao esquecimento.
Lembrado será William Kamkwamba, por mostrar que relevantes são os que CONSTROEM moinhos de vento, não os que os combatem.
E sim, ele tem conta no Twitter.
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Manifesto dos povos do Xingu contra a barragem de Belo Monte

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Rio Xingu - Foto: Eladio Jr.




Manifesto de Apoio ao 2º Encontro dos Povos da Volta Grande do Xingu




SOMOS O RIO! Águas que habitam 70% de nosso corpo, em forma de sangue, de suor, de lágrimas. Águas que fazem a ponte entre a mente, o coração e as mãos, que nos levam a pensar, a sentir e agir. A água que está fora, também está dentro de cada um, de cada uma de nós, e é por isso que nós, ativistas do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre, do Fórum da Amazônia Oriental, e do Fórum Social Pan-Amazônico, trazemos, através deste manifesto, nossa saudação e solidariedade a todas e a todos que estão reunidos neste momento nos dias 05 a 08 de novembro de 09, na Comunidade de Ressaca, Município de Altamira, no 2º Encontro dos Povos da Volta Grande do Xingu.
Saudamos também os guerreiros e guerreiras indígenas, lideranças que estiveram reunidas em assembléia na Aldeia Piaraçu (TI Capoto Jarinã), entre os dias 28 de outubro e 04 de novembro, dizendo claramente que não aceitam a opressão e a barragem de suas águas, dizendo em alto e bom som que não aceitam a Hidrelétrica de Belo Monte. Apoiamos incondicionalmente o trabalho realizado pelo painel de especialistas, onde dezenas de pesquisadores e pesquisadoras, de renome internacional, apontaram a inviabilidade econômica, social, cultural, política e ambiental de “Belo Monstro”.
A lógica do mercado, e o que é pior, a dos governos de Ana Júlia Carepa e Luis Inácio Lula da Silva, seus secretários e ministros, além de vários parlamentares, também avançam e invadem violentamente os espaços dos sentidos – o do viver, isto em nome de um desenvolvimento absolutamente insustentável, pois ignora até a própria inteligência, capacidade e criatividade humanas de transformarem seus hábitos e atitudes, para que objetivamente o país possa continuar crescendo, sem compactuar com o modelo destrutivo de sociedade que está posto na atualidade, baseado no esquizofrênico estímulo ao consumo.
Filhos e filhas da terra, guardiãs e guardiões primeiros – povos indígenas, negros e negras, ribeirinhos e ribeirinhas, caboclos e caboclas, e seus descendentes urbanos e/ou urbanizados, amazônidas, brasileiros e brasileiras, repetimos que SOMOS O RIO! A mesma força da correnteza que leva o rio ao mar, o mesmo arrebatamento e a dignidade da pororoca capaz de gerar ondas gigantescas, a mesma fertilidade de criar da piracema está em nós, portanto, o poder é das águas e são elas, por bem ou por mal, que sempre dizem ao homem o que ele deve fazer. E nos dizem pela voz do Xingu que está tudo errado na Hidrelétrica de Belo Monte.


Seguimos a favor da correnteza, da natureza, literalmente a favor de nós mesmos e de nós mesmas. Às margens do rio ou em terra firme; nas aldeias ou na cidade; na Amazônia, no Brasil ou qualquer canto do mundo, não há escapatória, ninguém e nada será poupado das conseqüências de mais esta insanidade.


Queremos o curso natural do Xingu preservado, não só porque a “energia” que querem tirar de suas águas é para gerar um desenvolvimento insustentável a uma minoria, mas porque precisamos dessa mesma energia para gerar em nós – guerreiros e guerreiras, a força necessária para impedir que este e outros projetos insanos comprometam a vida da nossa, e das próximas gerações.


Por isso gritamos, mais uma vez.
NÃO A BELO “MONSTRO”
VIVA A RESISTÊNCIA DOS POVOS DA FLORESTA
VIVA O RIO XINGU, VIVO PARA SEMPRE



Belém, 04 de Novembro de 2009
Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre: FUNDO DEMA, FASE, IAMAS, IAGUA, APACC, CPT, SDDH, MST, SINTSEP, DCE/UFPA, MLC, GMB/FMAP, UNIPOP, ABONG, CIMI, MANA-MANI, COMITÊ DOROTHY, FUNDAÇÃO TOCAIA, CIA. PAPO SHOW, PSOL, MHF/NRP, COLETIVO JOVEM/REJUMA, MMCC-PA, RECID.
Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA)


Fonte: Rejuma


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A flor do Pau Brasil

Florada do Pau Brasil (Caesalpinia echinata) - Foto: Sabrina Mieko


parabéns!!!!
pode ser um passo pno, mas é um passo...
todo caminho começa assim...

às vezes a gente acelera
podemos até parar...
pegamos atalho errado
perdemo-nos

mas haverá sempre um horizonte
um sol poente e uma estrela
e uma amiga para te ajudar no q for possível

sempre
*..*.
.*
*

(por Michèle Sato em 31.08.2009)

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mimi e o arco-íris


mimi:
querida EDNA

não tenho mais visitado este iogurte com frequência, mas hj vi que é época do seu niver...
então faça um pedido e jogue neste arcoiris só seu!

o meu é este: FELICIDADES, hoje e sempre!
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Mimi e Magritte


mimi:
edna lindona
estarei em rib no dia 17julho - me liga pra gente se ver?

uma beijoca desta intelectual
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Mimi e Chico


mimi:
saudades de ti, rockeira... como vai este tal de roquienrou?

vai um pouco de mim no muito do chico!
beijo
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Edna Costa. Tecnologia do Blogger.