Quintais
Há tanta beleza, esconderijos
e mistérios nos quintais...
Nas fachadas não.
Os quintais
Contam segredos e o jeito de ser do dono
Que arquitecto nenhum põe no papel..
As fachadas não.
Os quintais
têm personalidade de filho do avô, do neto...
eles têm alma... poesia...
As fachadas não.
Nos quintais muitas vezes há o ganha pão,
Numa horta, galinheiro, varais,
Oficina e porão...
Nas fachadas não.
Os quintais não têm pretensões,
não são esnobes,
não se pintam...
Eles têm aconchego, calor, conteúdo.
As fachadas não.
Nos quintais
há mais suspense...
O proibido dá sensação...
Mora o cachorro, o rato,
o coelho, a cobra, o pato
e há o pulo do gato... ladrão!
Nas fachadas não.
Os quintais
inspiram antigos bate-papos,
assuntos sérios, cochichos e opiniões.
As fachadas não.
Os quintais
se estreitam se unem entre si,
aparam quinas e arestas
como se dessem as mãos.
As fachadas não.
Os quintais dão sombra e água fresca,
dão abacate, paz, laranja, mamão,
dão ainda tranqüilidade...
alface, chuchu e limão...
As fachadas não.
Os quintais
são descobertos desnudos...
São terra, adubo, luar e chão.
Recebem chuvas sementes e orvalhos...
As fachadas não.
Os quintais
têm tesouros guardados,
têm balanços e brinquedos bem brincados!
Neles, o verde, de improviso,
cresce solto... livre... desalinhado...
As fachadas não.
Os quintais
são verdadeiros, disformes, tortos...
Têm entulhos... bagulhos...
lixos... pardais...
As fachadas não.
Os quintais
não se aprontam para visitas
nem se mostram curiosos.
Dão festas só para os amigos...
As fachadas não.
Os quintais
têm fogão de lenha, com chaminé.
Teia de aranha, carvão...
têm samambaias e avencas espontâneas...
As fachadas não.
Os quintais
não se reformam...
são relíquias intocáveis
onde um degrau, um banco,
uma escada de pedra
alguém que não mais existe, fez.
As fachadas não.
Os quintais
mais que do patrão,
eles são dos empregados...
Há serestas, seresteiros,
redes franjadas, violão...
As fachadas não.
Nos quintais
as fantasias nossas de cada dia
e a nossa infância é resguardada...
As lembranças brincam a ciranda do tempo
e morrem de medo de assombração...
Nas fachadas não.
Quintais
o que mais gosto neles
é que, por mais que se pareçam,
não existem dois iguais.
As fachadas... não!
(Guiomar Paiva)
.
Há tanta beleza, esconderijos
e mistérios nos quintais...
Nas fachadas não.
Os quintais
Contam segredos e o jeito de ser do dono
Que arquitecto nenhum põe no papel..
As fachadas não.
Os quintais
têm personalidade de filho do avô, do neto...
eles têm alma... poesia...
As fachadas não.
Nos quintais muitas vezes há o ganha pão,
Numa horta, galinheiro, varais,
Oficina e porão...
Nas fachadas não.
Os quintais não têm pretensões,
não são esnobes,
não se pintam...
Eles têm aconchego, calor, conteúdo.
As fachadas não.
Nos quintais
há mais suspense...
O proibido dá sensação...
Mora o cachorro, o rato,
o coelho, a cobra, o pato
e há o pulo do gato... ladrão!
Nas fachadas não.
Os quintais
inspiram antigos bate-papos,
assuntos sérios, cochichos e opiniões.
As fachadas não.
Os quintais
se estreitam se unem entre si,
aparam quinas e arestas
como se dessem as mãos.
As fachadas não.
Os quintais dão sombra e água fresca,
dão abacate, paz, laranja, mamão,
dão ainda tranqüilidade...
alface, chuchu e limão...
As fachadas não.
Os quintais
são descobertos desnudos...
São terra, adubo, luar e chão.
Recebem chuvas sementes e orvalhos...
As fachadas não.
Os quintais
têm tesouros guardados,
têm balanços e brinquedos bem brincados!
Neles, o verde, de improviso,
cresce solto... livre... desalinhado...
As fachadas não.
Os quintais
são verdadeiros, disformes, tortos...
Têm entulhos... bagulhos...
lixos... pardais...
As fachadas não.
Os quintais
não se aprontam para visitas
nem se mostram curiosos.
Dão festas só para os amigos...
As fachadas não.
Os quintais
têm fogão de lenha, com chaminé.
Teia de aranha, carvão...
têm samambaias e avencas espontâneas...
As fachadas não.
Os quintais
não se reformam...
são relíquias intocáveis
onde um degrau, um banco,
uma escada de pedra
alguém que não mais existe, fez.
As fachadas não.
Os quintais
mais que do patrão,
eles são dos empregados...
Há serestas, seresteiros,
redes franjadas, violão...
As fachadas não.
Nos quintais
as fantasias nossas de cada dia
e a nossa infância é resguardada...
As lembranças brincam a ciranda do tempo
e morrem de medo de assombração...
Nas fachadas não.
Quintais
o que mais gosto neles
é que, por mais que se pareçam,
não existem dois iguais.
As fachadas... não!
(Guiomar Paiva)
.
8 comentários:
Parabéns pelo novo blog, que muitas gotas de luz venham com ele e muitos ensinamentos de Meishu-Sama. Beijos!
A autora é Guiomar Paiva
Olá Edna,
Do lugar onde trabalho os quintais fazem parte do universo das brincadeiras das crianças. Como a escola fica num bosque ela representa a extensão de seus quintais.
Vou levar esta poesia para compartilhar com os leitores do blog também.
Edna,
Mais um detalhe, seu blog é mesmo um encanto!
Abraços!
Maria do Rocio
olá Maria!
Muito obrigada pelas suas palavras. Também agradeço a visita e que bom que está gostando. Este blog é como aquela caixinha que deixamos no guarda-roupa onde guardamos pequenas lembranças gostosas que não queremos nos desfazer.
Um abraço! :)
Lindo!É exatamente o meu,como tem recordaçoes de minha amada mãe! 💝
Abraço
Marcia Costa
Lindo!É exatamente o meu,como tem recordaçoes de minha amada mãe! 💝
Abraço
Marcia Costa
Que bom, Marcia!
Sempre muito bom ter boas recordações!
Abraços!
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