sexta-feira, 14 de março de 2008

Mulher, flor e cor

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Mulher,
Perfume, essência, viscosidade,
Aroma de noites e dias,
Lençóis, em sóis e luas.

Fêmina,
Agarra qual fêmea no cio,
Arrebata corpos e corações,
Indo mais pralém, enfeitiça.

Flor,
Desabrocha em mil cores, gineceu,
E nos seus odores, penetra,
Fundo, alma, paz.

Anjos,
Repentinos, vezes igual mães,
Suaves brisas nos ensinam,
Acariciam, embalam sonos, protetores.

Lutadora,
Guerreira poética, busca abrigo, desejo,
Atravessa o âmago masculino
Lâmina sutil do destino.

Beleza,
Desmedida, rocha dura, fecunda,
Como fortaleza que nos abriga,
Desmanchando-nos em mil pedaços, lânguidos.

Elas,
Sentinelas de vida, esperança,
Vezes nos tornam arrogantes,
Pretensamente machos, que se acham suficientes.

Gaia,
Força que nos torna telúricos,
Nas antes permitem vôos, céus,
Divindades permanentes de nossas fragilidades.

*


Refletindo sobre o dia das mulheres, em conflito busco no emaranhado da força feminina tentar sair dessa visão hipocritamente machista "ruim com elas, pior sem elas", e que me perdoem.

Luiz Afonso Figueiredo
Abrigo Chuí, Santo André (SP), 09 março 2008.

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