domingo, 21 de dezembro de 2008

Somos natureza

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Segundo a Wikipedia, os quatro elementos são água, terra, fogo e ar, e a teoria de sua origem, ao menos no ocidente, teria sido na Grécia através de filósofos pré-socráticos. Toda a matéria originava-se ora do elemento fogo, ora do elemento água.

Como não se está falando em matéria, deve-se levar em consideração a representatividade que é trazida pelos elementos num universo ainda maior, que inclui as ciências, as letras, religiões, filosofias, mitologias e outros, mesmo com contestações ideológicas de algumas linhas das ciências exatas, principalmente no que diz respeito ao fogo (não o elemento fogo), por não ser matéria e sim resultado de uma combustão.

O cordel abaixo, de autoria de Antonio Alencar Sampaio, relaciona os quatro elementos com o mundo atual no qual estamos vivendo e encerra um pedido de atenção para o planeta.


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A UNIDADE

Somos corpos do conjunto
De toda essa unidade
Somos os quatro elementos
Somos a diversidade
De vidas e minerais
Nessa complexidade

Somos os reinos existentes
Hominal e animal
Como somos igualmente
Mineral e vegetal
Nos colocamos isolados
Por nosso racional

Somos as quatro estações
Sempre se manifestando
Uma hora do outono
Com o inverno preparando
Outra hora é inverno
Com a primavera chegando

Somos cada estação
Com suas propriedades
É uma química constatante
De muitas variedades
Como exemplo a primavera
Química da felicidade

O verão dentro de nós
É poço de energia
É força de primavera
Reconquista e alegria
É a entrega ao outono
Casa da sabedoria

Também somos os quatro ventos
Leste oeste norte e sul
Somos trovões, calmaria,
Tempestade e céu azul
Somos frio, quente e seco
Somos úmidos, somos crús

A TERRA

A terra é o nosso corpo
Nosso corpo terra é
Dela vem toda matéria
Que mantém o corpo em pé
E nos nutre célula a célula
Como as águas na maré

Da terra vem mineral
Vegetal e animal
Que constrói o nosso corpo
Num processo especial
E nos tornamos ser terra
A matéria original

Como viemos da terra
Vamos à terra voltar
Sendo adubo a outras vidas
Num contínuo reciclar
Veio do pó, volta ao pó
Torna a vir, torna a voltar

A quem a vida eu doar
Trás em si minha presença
E trás o meu corpo a vida
Com a outra consciência
E de adubo em adubo
Marco minha permanência

Mamamos no mesmo peito
Que mama todo animal
Que mama todo minério
E todo ser vegetal
E somos o mesmo corpo
Com núcleo individual

Esse peito o da mãe terra
Que mama e dá de mamar
Um precisando do outro
Pra poder se sustentar
Vivendo se alimentando
Morrendo pra alimentar

Somos água, somos terra
Somos fogo e somos ar
Temos setenta por cento
De água em nós a pulsar
Somos um ser água ou não?
Ou tem como duvidar?

Se dissermos que uma mesa
Faz parte de um salão
Quando retiramos a mesa
Só houve uma alteração
Mas o salão continua
Mantendo sua função

A ÁGUA

A água ainda é a mesma
Que bebeu nosso ancestral
E que vem se reciclando
Num processo natural
De descer, subir, descer
Na reciclagem real

E nesse ciclo hidrológico
Todos nós estaremos lá
Excretando e transpirando
Como o rio, lago e mar.
Como árvore e animal
Em conjunto com o ar

A nossa arrogância é grande
Em não querer aceitar
Dizendo que água é parte
Mas em posso lhe mostrar
Que se retirar a água
Nada resta pra pulsar

Como ser água vivemos
Em todas as existências
E para comprovar isso
Não precisa de ciência
Pois sem água é impossível
Na terra a sobrevivência

E eu como um ser água
Vou na sua pulsação
Te visito célula a célula
Com total integração
Passo por todas as vidas
Sem nenhuma restrição

E todos passam por mim
Pois somos uma unidade
Todos dependem um do outro
Na biodiversidade
E bebemos uns os outros
Sem particularidade

Quando eu bebo um copo d'água
Você também está lá
Estão nossos ancestrais
O peba, o tamanduá
A árvore o rio e o peixe
E tudo que transpirar

O nosso corpo retrata
O planeta e seu sistema
Rios, lagos, córregos e mar
Dentro de um grande esquema
Veias, artérias e coração.
É quem esse rio drena

O coração é o centro
Que faz o sangue pulsar
Circular por todo corpo
E faz depois retornar
É comparável ao sistema
Que tem as águas do mar

A água é nosso sangue
Em nossa circulação
Com arteríolas e vasos
Veias artérias e coração
As células do corpo todo
E os alvéolos no pulmão.

O AR

O ar faz parte da gente?
Ou nós somos o próprio ar?
Retira a respiração
Pra ver o que vai ficar
Todo ser que vive é ele
Não falta como provar

O ar que entra em mim
No sapo e no azulão
No cachorro e no doutor
No papa e no ladrão
É o mesmo da barata
Da onça e do leão

Como ar entramos em árvores
Em água, em qualquer lugar.
E passamos célula a célula
Em toda vida que há
E vivemos uns nos outros
No ato de respirar

O FOGO

Retire o fogo do corpo
Que acaba a combustão
E também acaba a química
Que garante a digestão
O fogo é o próprio espírito
De ação e reação

Da terra foi feito o corpo
E o sopro da vida é ar
A água conduz a vida
Para a tudo animar
E o fogo o combustível
Pro corpo vivificar

A Deus devemos a dádiva
De toda a criação
É dele que sai a liga
E toda combinação
Pra tudo na natureza
Cumprir a sua missão

Ficar sem Deus fica só
Em completa solidão
Mesmo no meio de tudo
Fica sem a ligação
É como um elo perdido
Vivendo de sensação

Quem polui o seu espírito
A água a terra e o ar
Estar poluindo a si
Não tem como evitar
Vamos cuidar um do outro
Para nos purificar

(Antonio Alencar Sampaio)

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sábado, 20 de dezembro de 2008

Audiência científica

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Um grande debate no mundo das ciências consiste em permitir que as pesquisas (vozes científicas) consigam ser apropriadas pela sociedade (audiência científica). É preciso repensar no papel do jornalismo, nos limites e potencialidades desta divulgação que não fique meramente na informação, mas que contribua para que o conhecimento não seja um mero parêntesis, e que sobremaneira, traga a aliança entre culturas e ciências.

A alfabetização científica só é possível sob as esteiras de um processo educativo crítico e reflexivo, inclusive indagando se a ciência é masculina, branca, ocidental, rica e excludente. É preciso, sobremaneira, considerar que a etimologia da palavra scientia não se restringe ao campo acadêmico, e que a roda talvez tenha sido a primeira descoberta tecnológica que revolucionou o mundo. Ainda que tenhamos consenso de que ela tenha poder, conforme afirmação de Francis Bacon: “Nam et ipsa scientia potestas est” (conhecimento é poder), há vários sentidos nas ciências – no plural, já que podem ser compreendidas de diferentes maneiras, linguagens e metáforas. De Einstein aos leigos, Manoel de Barros talvez respondesse que “o cu da formiga é mais importante do que usina nuclear” (isto do ponto de vista da formiga).

O ato de divulgar a ciência não se limita simplesmente em informar, em linha reta, de um transmissor ao receptor, como se fosse possível traduzir linguagens científicas em técnicas jornalísticas. Dar audiência às ciências exige talento de criação para além de uma linguagem textual, mas incide em reinvenções educativas intrinsecamente associadas às identidades, expressões artísticas e ambientes circundantes que interferem e, dialeticamente são transformados, por um vasto mundo de signos, mitos, cantos e crenças que perfazem o mundo etnográfico da criação do pensamento.

Destarte, para além das ciências, é preciso construir significados para que a sociedade faça o controle social, de modo a construir um projeto civilizatório de formação cidadã em relação ao mundo, seus fragmentos e suas conexões, numa espiral de possibilidades que considere diálogos de saberes, ao invés da tradicional proposta de ter dois lados: um poderoso que ensina e o outro subalterno que aprende. Há sim, sempre uma dialeticidade entre o EU e o OUTRO, mas sem a relação hierárquica do poder instituído pelas ciências, pois no campo fenomenológico, o diálogo é relativizado e conformado de acordo com o que cada um de nós compreende como MUNDO.

Na tríade fenomenológica, o que merece ser sublinhado não é a mera aquisição de informação, seu acesso ou visão crítica, mas sobremaneira, é compreender de que maneira o mundo científico modifica a cultura humana, e conseguirmos interpretar os seus significados à luz das realidades vivenciadas por povos singulares. Posto neste nível, é necessário reconhecer previamente o quão desafiante será aliar um campo replicável da verdade universal das ciências modernas, ao outro campo radicalmente oposto: o de valorizar seu papel em culturas diferentes, que jamais podem ser comparáveis ou assumir paradigmas, pois não há modelos que podem ser simplesmente transpostos de uma realidade à outra quando falamos em exercer nossa cidadania para cumprir o papel de inclusão social.

Para a audiência científica, o caminho tomado é sempre provisório, mas é preciso ter o direito de sacudir as mesmices, até desmoronando os sentidos e instigar a liberdade da arte, sejam pelas fantasias mitológicas, sejam pelas regras mais racionais. É preciso transbordar nos imaginários, sabendo também de esvaziar. Todavia, a essência da subversão metodológica deve ter consistência conceitual e, essencialmente, de se estar preparado para que os sujeitos pesquisadores possam, de repente, tornarem sujeitos pesquisados. Considerar as ciências é também expressar arte, imaginação e poesia. Será possível misturar poesia com ciências? - indagariam mentes cartesianas que dominam o mundo da academia. “Sem dúvida!” – responderia Octavio Paz. Ciências e poesias, anelo e sequidão do carinho. Lutam pela vida contra a satisfação mortal, o sorver da flor e o milagre da dádiva, é necessário romper com a dicotomia do espírito e da matéria, permitindo que os sujeitos da Educação Ambiental pensem com os corações, ou seja, permitam unificar a racionalidade na sensação, oferecendo simultaneamente, o estranhamento ao lado do maravilhamento.

Michèle Sato

Professora e pesquisadora da UFMT & UFSCar [www.ufmt.br/gpea], vem trabalhando para que os abismos entre ciências e culturas não sejam dimensões divorciadas, mas conjugadas pela reinvenção artístico-educativa.


INCERTEZAS CIENTÍFICAS
Michèle Sato

No azul dos reflexos e do fogo solar
Um raio ilumina a verdade diurna
Mas no cosmo pulsante da estrela
Outro raio brilha em incerteza noturna

Números, cálculos e laboratórios
Traçam incógnitas, retas e pontos
Mas nem a geometria euclidiana
Dá a resposta à magia apaixonada

Hormônios, neurônios, binômios
De sangue misturado com desejo
Se a certeza racional determina
A angústia enamorada duvida

Na dor de um amor solitário
Que insiste em alívio da alma
Não há ciência no mundo
Que cure um coração moribundo


Vladimir Moldavsky (surrealista russo):
Has realized, but cannot understand

Vladimir Moldavsky (surrealista russo):
number 15

Michèle Sato

Sou licenciada em Biologia, com mestrado em Filosofia, doutorado em Ciências e pós-doutorado em Educação. Daí minha dificuldade em efetuar minha trajetória em apenas um campo do saber, desde que o entrelaçamento oferece um mosaico colorido, com fios cintilantes e franjas que se emaranham em labirintos. Sou facilitadora das redes de Educação Ambiental, com diversas experiências nacionais e internacionais. Academicamente, minha atuação tem sido na filosofia da arte, com ênfase na fenomenologia e sociopoética; e nas horas de delírio, arrisco-me à aventura das poesias e haikai. Sou movida pelo surrealismo, em especial meu preferido René Magritte, mas para além da escola da arte, aceito o surrealismo como um movimento social que orienta minhas escolhas e opções de vida.

[1] www.bibliotecadafloresta.com.br

[2] www.geoglifos.com.br

[3] www.institutochicomendes.blogspot.com.br

[4] www.youtube.com/watch?v=QfJymHU5Nt4&eurl, In: www.altino.blogspot.com/.

[5] BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Companhia de bolso, 1989, p. 25.

Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, GPEA
Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT
Av. Fernando Corrêa da Costa, sn
Coxipó, Cuiabá, MT, BRASIL
CEP: 78060-900
Tel. 55-65-3615 8443 Fax: 3615 8440
http://www.ufmt.br/gpea/index.htm

Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental - REMTEA
http://www.ufmt.br/remtea/index.htm

Associação Internacional de Investigadores em Educação Ambiental - NEREA
http://www.nerea-investiga.org/default.htm

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Tempo que foge!

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Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Soli Deo Gloria

(Ricardo Gondim)

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mulher africana

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Mulher africana que é o verbo do meu poema
E é ela que hoje louvamos quando unidos na voz cantamos África
Porque essa mulher é o espelho de África

A sua origem negra o balançar do seu corpo torneado
Ela de vestimenta colorida sorrida enfim nos dentes de marfim
Dom eterno que jaz vivido com a sua dor como o som de dança

Africana mulher de sabor a cana de um lagrimar doce tão doce
Na caminhada que ela fez e que ela faz só vimos orgulho
Por isso é o momento de à homenagearmos em todas as línguas


este poema é dedicado a dia da mulher africana

osvaldo poeta

http://www.entrekulturas.pt/AlguemSabe.aspx?to=119

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Brasilis

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O pau-brasil (Caesalpinia echinata), árvore símbolo do país com suas flores amarelas e sua madeira avermelhada, ganhou uma publicação especial com resultados de dezenas de estudos sobre a espécie realizados nas últimas décadas, com destaque para os trabalhos científicos desenvolvidos no âmbito de um projeto temático apoiado pela Fapesp.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60530

“Uma das principais importâncias desse livro é que ele traz ao conhecimento popular os principais avanços científicos sobre a espécie símbolo do país”, afirma Rita de Cássia. “Os capítulos sobre a exploração histórica da espécie, por exemplo, contribuem muito para as futuras atividades de preservação do pau-brasil, que hoje está na lista de espécies ameaçadas de extinção”, alerta. A lista é produzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A ocorrência natural do pau-brasil se restringe atualmente a poucas áreas remanescentes da Mata Atlântica localizadas entre os Estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Mais informações: www.ibot.sp.gov.br

BRASILIS

Quinto elemento- MADEIRA - virgínia -além mar -
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2008 Código do texto: T1163025


ergo ode à haste e à Bandeira
verde amarela minha terra
que tem nome de madeira
lenha-tinta- abrasa o ventre

se nosso céu é anil
se o mar se abastece
do Amazonas
se nosso canto é brasileiro.. .

busco estrelas entre as flores
das mais belas castenheiras
sorve a névoa das encostas
desce o rio em cantareiras

cheirando a seiva de Pau- brasil
ardem arcos de violinos
entre as notas o clamor de tuas folhas
o assovio das abelhas...

vingou nova Mata Atlântica!
comoveste o Imperador
com belas amarelas pétalas
na vermelha teu derradeiro amor

coro ante tua história irmã querida
cabisbaixa uma lágrima verte
entre as mãos algumas sementes
e no futuro serás ainda a mais nobre mensageira


virgínia -além mar
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2008
Código do texto: T1163025

http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/2008_09_01_archive.html



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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

AS verdades que nos convence

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'O Devir se faz em cada momento da nossa vida, o Devir segundo os gregos, é eterno fluxo das mudanças, mudanças, o mundo se constitui em mudanças, mas e qaundo se sente uma interrupiçao no fluxos da irracionalidade do mundo, cansar, cansado,cansar das poucas situaçoes que nos da gozo. Sinto dor, sinto prazer, sinto, nao sinto, a vida é regida pela harmonia dialetica da mudança. Ao analisar o que nos da medo, o medo provem da incerteza e insegurança do que nao conhecemos, do que se modifica e causa insolidez, do que nao é convencional.Aceitamos metaforas de ''vidas no alem'', seres supremos, e mais algumas certezas que nos confortam, talvez nunca precisamos de verdades nem de Filosofias, talvez bastase acreditar nos mitos que criamos e nos convencemos como a alma gemea,a verdadeira amizade,a vida de abundancia no alem, a felicidade, palavrinha que tanto escrevo, palavra que nos faz lançar em cada enenrgia e cada espectativaque o tempo nos encorpora, mas sempre ha um percentua de certeza em tudo que fazemos, é o que nos inpulcionana certeza racional, mas e se eu disser que nao tenho certeza do que é racional, isso percebendo que me deparo mas uma vez com algo que nos convencemos a acreditar, parece que realmente é mais seguraacreditar que sei as trilhas que faço, os amigos que conheço, as mulheres que me relaciono, etc........
É um pouco frustrante imaginar que uma das poucas certezas que tenho na vida é que um dia ela vae acabar e a unica coisa que posso deixar sao algumas boas lembranças de coisas que fiz sentindo que eram coisas que eu fiz realmente por querer, nao porque deveria fazer. Essa talvez seja a metafora da minha vida, a metafora de viver sem arrependimento, sem certezas, sem caculos, sem tanto pensar, mas tanto SENTIR.
Jaelison 24/08/08
GRITO TANTO, ME CALO TANTO
ALEGRO ME TANTO, CHORO TANTO
FAÇO TANTO, PENSO TANTO
SINTO TANTO,
CANSO TANTO.........CANSO........TANTO........CANSO.

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sobre a Moral do nosso seculo...

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Ao fazer mais uma analise da moral contenporanea; ultimamente passa varias coisas na minha cabeça, uma delas em especial, me veio a tona depois de um final de semana agitado por festinhas, shows, e farra. Me senti bem nesta segunda feira. Comprimentei meus colegas de trabalho, com um sorriso estimulante. Com o passar do dia, um senhor, como sem querer, me contou ums problemas com seu pai, e alguns desgostos pela vida, onde quero chegar com isso? É obivio que todos temos problemas, mas até que ponto uma felicidade passageira de um final de semana impede que notamos um pedido de atençao do outro para algum desabafo?
O que sinto é que nestetempo de muita correria, onde cada um pensa em varios problemas, emprego, familia, estudo..etc...Esquecemos de pequenos detalhes do cotidiano, como dizer;'' bom dia, como vae?, precisa de algunha coisa? ou, se precisar de um amigo pode contar comigo'', ou seja a sociedade anda tao oculpada com seus problemas que sem querer nos tornamos egoistas. Penso que isto é fruto da modernidade. E normal as crinaças ficarem em frente da T.V em um dia maravilhoso para jogar uma ''pelada'' com os amigos? Sao nestas perguntas que vejo o distanciamento dos pequenos atos sociais, pensem em quantas vezes ja dissemos ''nao posso te ver hoje pois nao tenho tempo'', é normal, mas as relaçoes vao se desgastando em um processo lento e inpercipitivel. Nao notamos que as condiçoes da epoca em que estamos submetidos nos deicharam tao egoistas? Ou podemos colocar a culpa no mundo ''Capital Animal'' que nos faz ter 2 ou 3 empregos para sobreviver? E por estas perguntas penso, sera que isso faz parte do processo de falta de estrutura da familia? Me senti egoista nesta segunda feira, pois logo eu que prezo esses pequenos atos de laços sociais. É NECESSARIO , AS VEZES PARAR RIR TANTO SOZINHO, E VER QUE É MELHOR RIR JUNTO DE ALGUEM. Jaelison....15/09-08......obrigado por me ouvir, mesmo a distancia......ps; essas aulas de Etica me fazem pensar em tanta coisa..


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domingo, 14 de dezembro de 2008

Vítima

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Com a sutileza de um furacão
Você vai tomando conta do meu coração
Com o sangue frio de um torturador
Eu planejo passo a passo atacar seu amor

Com o jeito estranho de um cara normal
Chego perto do seu corpo acariciando um punhal
Com a boca seca num deserto sem fim
Nem me toco que você é só miragem pra mim

Sou temperamental
Às vezes passo mal no meio da festa
Detesto multidão
Conheço tanta gente sem atração

Do meu esconderijo no milésimo andar
Espio noite e dia sua vida secreta
O frio de São Paulo me faz transpirar
Sou vítima da sua janela indiscreta!



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sábado, 13 de dezembro de 2008

Corre corre

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O ano passado passou tão apressado
Eu sei que foi um corre-corre-corre danado
O ano inteiro eu passei sem dinheiro
Eu sei que foi um tal de segurar essa peteca no ar
Como se fosse empinar papagaio

Nem sempre tem vento
Mas sempre tem jeito pra dar
Quando se trata de vida ou de morte
E se não me engano
No próximo ano
Vai vir aquela dose de cicuta que eu vou ter que engolir
Como se fosse um suco de fruta
Como se fosse eu a grande maluca

Corre-corre-corre
Corre-corre-corre



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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Água

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Arnaldo Antunes

Da nuvem até o chão
Do chão até o bueiro
Do bueiro até o cano
Do cano até o rio
Do rio até a cachoeira
Da cachoeira até a represa
Da represa até a caixa d´água
Da caixa d´água até a torneira
Da torneira até o filtro
Do filtro até o copo
Do copo até a boca
Da boca até a bexiga
Da bexiga até a privada
Da privada até o cano
Do cano até o rio
Do rio até outro rio
Do outro rio até o mar
Do mar até outra nuvem


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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Jaelison....madrugadas ferteis..

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O sec. 21, é um seculo marcado pela globalizaçao, problemas ambientais agravados e principalmente pela mercantilizaçao da vida.Nas varias faces ocultas da opressao , a industria cultural age como um 4 poder alienador, subversivo e ilusorio. Suprimos certos vazios que se estagnamna alma humana, suprimos esse mesmo vazio na ilusao 'consumista', sera que um sapato novo me faz feliz? sera que uma roupa nova me faz feliz? Essas perguntas deveriam ser feitas com mais frequencia a nossos intimos, quem o diga, que nunca ficou com agua na boca quando viu a propaganda da Coca-Cola na TV? .
Se paramos para pensar na condiçao historico-cultural em que estamos submetidos, notamos grande infkuencia sobre nosso modo de pensar,agir e sentir o mundo a volta , o filosofo Kant afirma que nmascemos com a capacidade de aprender a priori, quer dizer nao aceita a posssibilidade de conhecimento inato, o que quero deixar claro é que, se nao nascemos com o saber do mundo na cabeça, em que se possivelmente nossa cabeça é uma ''tabua em branco'' , ha a possibilidade de alguem querer escrever seus mandamentos nessas 'tabuas em branco', nao é de se estranhar que a sociedade materalista em que vivemos esqueceu de perguntas extremamente subjetivas relacionadas a liberdade e felicidade. Quem somos afinal? o que realmente sabemos? A resposta é facil, nada, sabemos o que aceitamos como verdades do fundo de quintal, do quintal de usineiros, latifundiarios, donos de empresas multinacionais como o Habib´s, isso mesmo caro leitor ha interrese de algums homens, que estao longe de nos, interrese em uma cultura de massa idiota e insensata, os valores egoistas do consumismo e da falta de respeito a vida . O velho Kant tanbem falava de um moral objetiva, já na modernidade, ou seja valores coletivos com interreses totalitaristas. Quando se impoe uma cultura de massa burra, algo se perde neste processo , se perde valores proprios, o sentido de sujetividade. Ultimamente, vejos novas direçoes (para vcs que me acham pessimista) que se controem aos poucos. Encontramos e nos re-conhecemos atravez do outro, algo essencial para auto-formaçao de individuos, individuos com valores e cultura propria, o sujeito politizado, que a partir da sua vida veja criticidade imanente na vida coletiva-individual e principalmente o sujeito se considera defensor do direito e respeito a vida, o sujeito que ve nas relaçoes a re-descoberta de si mesmo, que age e pensa conforme abre espaços de articulçao e criaçao de novos valores, motivado pela troca de culturas, que se estabeleceem cada emcontro, em cada bom encontro....JAELISON....10-08-08, bela madrugada fertil de pensamentos,,,OBS; sem pontos, com erros ortograficos de proposito..

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O Desenvolvimento Sustentável dos Ectoparasitas

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No início eram 169 pulgas, 38 carrapatos e 75 piolhos. Todos moravam num pedação de rua. Naquele "planeta", os carrapatos preferiam o interior das orelhas, os dedos, a cernelha e as axilas. No dorso, no lombo e no abdômen viviam as pulgas. Os piolhos no restante. O cão era uma coceira só. Sugavam o sangue inoculando-lhe uma saliva irritante. Dia e noite, domingos e feriados. Um dia, alguém percebeu que o alimento estava caindo de qualidade, um sangue ralo e cada vez mais cor-de-rosa. Seria necessária uma assembléia de todos os moradores. Na semana seguinte, teve início a "I Conferência Planetária do Meio Ambiente". O fórum escolhido foi o dorso do animal. Compareceram 292 pulgas, 94 carrapatos e 101 piolhos. Após a aprovação do regimento da Conferência, uma pulga fez uso da palavra:
- Senhoras e senhores, tenho notado uma drástica diminuição dos nossos recursos naturais. O planeta está anêmico!
- As culpadas são vocês mesmas, suas pulgas imediatistas!... atacou uma fêmea de carrapato entumecida de sangue.
- Que nada, nós até sabemos reciclar...
- Não entendi, interpelou o piolho.
- Nossas larvas, futuras pulgas, são alimentadas com nossos próprios dejetos... Isto é ou não é reciclagem?
- Acho que tudo é uma questão política, completou outro carrapato. E a reunião prosseguia acalorada.
De repente, o "planeta" começou a balançar...
- Efeito estufa? Aumento da temperatura global? Queimadas? Terremotos? Ou o efeito do buraco na camada de ozônio?
Na verdade, era o cão que se coçava desesperadamente num solitário jequitibá... Ouvindo toda a discussão, a árvore tentou ajudar:
- Gente, vocês já ouviram falar em "desenvolvimento sustentável"? (...)
- Mas, afinal, o que é desenvolvimento sustentável? Perguntou um piolho aflito.
- É cada um sugar sem exageros o alimento e dar tempo ao "planeta" para se recuperar. Vamos ter que produzir economizando, lembrou um carrapato demonstrando preocupação. Afinal todos nós podemos jejuar mais de um mês...
E a plenária efervesceu. Foram criados manifestos e leis ambientais. Publicaram a "Carta dos Ectoparasitas". Elegeram-se delegados. Todos se comprometeram... Ao final dos debates, já haviam 3.090 pulgas, 2.348 carrapatos e 251 piolhos. No dia seguinte o cão morreu. "

Fonte: Ecoar - Instituto para cidadania –SP

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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Vontade de poder... cultura história social..........

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O mundo contemporâneo em mais uma breve análise; o conceito universal (verdades concretas) nasce de uma opinião individual (e isto desde a pré-história) entra em consenso através do tempo (condições sócio-culturais) e torna-se verdades universais (cristalizadas). O ''pré-conceito'' nasce possivelmente destes conceitos; segundo Rusel, devemos transcender opiniões e verdades universais para identificar aquilo que Kant chama de ''coisa em si'' ou verdade íntima das coisas, transcender, transmutar opiniões e conceitos através do tempo. Outra coisa que noto é o estruturalismo racional platônico que se infiltrou de tal maneira na convivência durante o tempo até os dias atuais, de tal maneira que impõe conceitos íntimos na pedagogia, na política, na moral e na Religião. Quando falo racional (critério de verdade), falo deste racionalismo lúcido que esconde reais motivos, motivos esses opressores de uma classe dominante sobre uma oprimida que tem o dever de seguir a moral que se expõe através da cultura massificadora e cruel, a razão não é mais um critério de verdade, mas sim de dominação. A idéia que exponho fica clara no exemplo do ideal ascéptico que a moral cristã-platônica impõe. Isso mesmo, viveremos uma ''vida'' para o além, renegamos o princípio vital de amor a esta vida e nos santificamos para o além. O além (paraíso) é o unico critério de segurança de uma vida póstuma onde não existe morte nem tristeza, será que não vimos a alienação que impõe este pensamento dominador? Ver partes é nao um todo, é criterio para alienação e dominação, deixamos nossas vidas a serviço de um Deus (o Estado) que nega nossa vontade à vida (a esta). Caros amigos, esta é minha afirmação à vida, o poder e a confiança em mim mesmo. Como meu próprio Deus, cabe a mim transformar, inovar, imaginar meu próprio ser. Falo também que o principal objetivo da classe dominante é quebrar indivíduos e manter unidade e controle na classe oprimida............quebrar sistema conservador racional e desumano, quebrar preconceitos e ver totalidade do ser, crer que podemos ser felizes, que podemos ser humanos, ser espíritos livres e felizes........................agradeço a Zaratustra...........

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Jaelison Neris


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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Solilóquio Lokked

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Solilóquio Lokked - lograr recompor seio de face ou mirar by
olho traumado new look "scarface" no espelho (não magritteano)

Essas convulsões
Perdas de sentidos, tropeços, até quando mais?
Travadas no andar, vertigens, essa perna neuropata vacilante,
empacada as vezes, teimosa a meses
Meu terceiro tombo antes dos 53, três passos falsos
Trauma triplificado
Que mureta dura, mais que minha cara de pau, faltou lustra-
móveis? rs
Seios de face trincados, fragmentos calcários, músculos e nervos
quicados
Lapso temporal, corpo ainda quente
Sem vaga lembrança pregressa dos poucos minutos passados
Susto, vozes, gritos
Meu parceirinho agitado
Determinado a organizar as ações de forma a cuidar do vô
Parecia designado a trocar comigo a tutoria
Era eu o neto a ser protegido
Usou de autonomia até com sua mãe "A moça da ambulância sabe
o que faz mãe, não discute"
Quem sou eu para me opor, aceito o colar cervical, deito e me
resigno
Só me lembro de abrir o portão com os quadros e as quentinhas
na mão, depois ao subir, meu vaso quebrado - com a cabeça ou o
pé?
Tudo dói - cadê os quadros? Também cotovelo, clavícula e joelho
direitos
Agora no leito, edema esquerdo pelo rim ainda deixado no rosto
Lado direito com glóbulo branco, pálpebras hematomizadas com
bolsas oculares roxas de "bandit" e micro astro vermelho ao lado
da Iris castanha manchando o alvo do olho
A Iris serve para mirar o ponto de fogo que me fuzila com a
duvida: o derrame se diluirá?
Quatro espetadas, a moça não acha minha veia
Ofereço a jugular, ela ri, eu também, não devo culpá-la
Chamaram-me de Isidoro, soro com potássio, que loucura, não
era para mim
Erraram o número do leito, fiquei em jejum de bobeira, minha
cirurgia não é hoje, putz, tiraram a pedra da uretra do cara, quase
sobra pra mim
E aquele outro médico com quem conversei um monte, todo
solícito, me falou de entubar, morro de medo, já quase dancei
numa dessas
E o meu cirurgião não o conhece, mais um engano, me safei de
novo rsrs
Espero continuar com humor
Domingo não virá cardio me ver, vou assistir a corrida, torço para
o Hamilton, sujeito atirado
Essa dor no ombro, será da gota gotosa ou melhor xerocar? rsrs
Já estou conseguindo dormir com essas doses cavalares para dor,
mas o intestino travou desde a manhã de anteontem - se essa
noite não fluir, amanhã peço laxante - ai que medo, e se não
destrancar? E se disparar? Aqui meu intestino travado e lá em
casa minha DogDoberwomann Monique Black se desmanchando
de desinteria, isso sempre rola quando nos afastamos súbito rs
A minha mente não para, ainda bem, transita numa velocidade e
sentidos equidistante e geometricamente opostas
As capacidades físicas das mentais, intelecto a milhão visando
todas as estratégias para sossegar o espírito, o coração, respirar
fundo e desacelerar o pulso, que o corpo não vai a lugar nenhum
nesse curto e médio prazo
Providencial caderninho de apontamentos, obrigado comadre...
Curtir o momento com humor, tratar bem as pessoas, agradecer
cada gesto coletivo ou isolado de todos que me cercam com esse
acalorado privilégio de estar nesse plano, amar e ser querido por
todos que me alimentam com esse néctar benfazejo
Vica de além mar, tanks por apresentar Claudio Ulpiano que falou
de Espinoza, deliciosamente radical, que enfatiza a nossa eterna
necessidade
Decompor, recompor decompor ad infinitum
Transformar sempre
Relativizando ou usando peso específico quando necessário
Transcender e criar modos novos a partir do entendimento e
reflexão serena aberta
Tentar crescer sem perder de vista o menino
Sobretudo convergir for this

Flashs 03 a 11/07/2008 - Diadema, SP

Wilson

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terça-feira, 8 de julho de 2008

Nem tudo o que reluz é verde

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Artigo - Boaventura de Souza Santos
Folha de S. Paulo
12/11/2007

Políticos mais esclarecidos ou mais oportunistas vêem na questão ambiental um novo campo de atuação e de legitimação

A QUESTÃO ambiental entrou finalmente na agenda política, o que não deixa de causar alguma surpresa aos ativistas dos movimentos ecológicos, sobretudo àqueles que militam há mais tempo e se habituaram a ser apodados de utópicos e inimigos do desenvolvimento.
Ao longo das últimas décadas, os movimentos ecológicos foram ganhando credibilidade à medida que a ciência foi demonstrando que os argumentos por eles invocados se traduziam em fatos indesmentíveis -a perda da biodiversidade, as chuvas ácidas, o aquecimento global, as mudanças
climáticas, a escassez de água etc.- que, a prazo, poriam em causa a sustentabilidade da vida na terra.
Com isso, ampliaram-se os estratos sociais sensíveis à questão ambiental e a classe política mais esclarecida ou mais oportunista (por vezes disfarçada de sociedade civil, como é o caso de Al Gore) não perdeu a oportunidade de encontrar nessa questão um novo campo de atuação e de legitimação.
Assim se explica o importante relatório sobre a "conta climática" de um economista nada radical, Nicholas Stern, encomendado por um político em declínio, Tony Blair.
Nesse processo foram "esquecidos" muitos dos argumentos dos ambientalistas, nomeadamente aqueles que punham em causa o modelo de desenvolvimento capitalista dominante.
Esse "esquecimento" foi fundamental para a segunda razão do atual boom ambiental: a emergência do ecologismo empresarial, das indústrias da ecologia (não necessariamente ecológicas) e, acima de tudo, dos agrocombustíveis, cujos promotores preferem designar, "et pour cause", como biocombustíveis.
As reservas que os movimentos sociais (ambientalistas e outros) levantam contra esse último fenômeno merecem reflexão, tanto mais que, tal como aconteceu antes, é bem provável que só daqui a muitos anos (tarde demais?) sejam aceitas pela classe política.
A primeira pode formular-se como uma pergunta: é de esperar que as indústrias da ecologia resolvam o problema ambiental quando é certo que a sustentabilidade econômica delas depende da permanente ameaça à sustentabilidade da vida na terra?
A eficiência ambiental dos agrocombustíveis é uma questão em aberto. Sua produção usa fertilizantes, polui os cursos de água e é já hoje uma das causas do desflorestamento, da subida do preço da terra e da emergência de uma nova economia de plantação, neocolonial e global.
A segunda reserva diz respeito ao impacto da expansão dos agrocombustíveis na produção de alimentos. Em setembro, o bushel de trigo atingiu preço recorde na Bolsa de Mercadorias de Chicago. Más colheitas (derivadas das mudanças climáticas), o aumento da procura pela China e a Índia e a produção de agrocombustíveis foram as razões do aumento, e a expectativa é que a
subida continue.
O aumento do preço dos alimentos vai afetar desproporcionalmente populações empobrecidas dos países do Sul, pois gastam mais de 80% dos seus parcos rendimentos na alimentação.
Ao decidirem atribuir US$ 7,3 bilhões anuais em subsídios para a produção de agrocombustíveis, os EUA contribuíram para um aumento (que chegou a 400%) do preço do alimento básico dos mexicanos, a tortilla.
Reside aqui a terceira reserva: os agrocombustíveis podem vir a contribuir para a desigualdade entre países ricos e países pobres. Enquanto na União Européia a opção pelos agrocombustíveis corresponde a preocupações ambientais, nos EUA a preocupação é com a diminuição da dependência do petróleo.
Em qualquer dos casos, estamos perante mais uma forma de protecionismo sob a forma de subsídios à agroindústria e, como a produção doméstica não é de nenhum modo suficiente, é, de novo, nos países do Sul que se vão buscar as fontes de energia. Se nada for feito, repetir-se-á a maldição do petróleo: a pobreza das populações em países ricos em recursos energéticos.
O que há a fazer? Critérios exigentes de sustentabilidade global; democratização do acesso à terra e regularização da propriedade camponesa; subordinação do agrocombustível à segurança alimentar; novas lógicas de consumo (se a eficiência do transporte ferroviário é 11 vezes superior à dos transportes rodoviários, por que não investir apenas no primeiro?); alternativas ao mito do desenvolvimento e numa nova solidariedade do Norte para com o Sul.
Nesse domínio, o governo equatoriano acaba de fazer a proposta mais inovadora: renunciar à exploração do petróleo numa vasta reserva ecológica se a comunidade internacional indenizar o país em 50% da perda de rendimentos derivados da renúncia.

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, 66, sociólogo português, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de "Para uma Revolução Democrática da Justiça" (Cortez, 2007).


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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Os domingos precisam de feriados

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Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos ocuparmos'. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.

O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo..

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme.

As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.

Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado...

Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.

O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair - literalmente, ficar desatento.

É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é 'o que vamos fazer hoje?' - já marcada pela ansiedade.

E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.

Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

Texto do Rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica

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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mimi

Que os sonhos naveguem sempre...
Em aquarela, óleo ou devaneio, que importa? Importa é a nossa capacidade de “seduzir” para além do distante, assim a presença navega.

De Jack E. Titelman, uma aquarela em homenagem ao René Magritte na tela “o sedutor” [seducer]

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domingo, 25 de maio de 2008

Hino Nacional

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Carlos Drummond de Andrade

Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás as florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonetes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil compreender o que querem esses
homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão
de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?


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sexta-feira, 23 de maio de 2008

"Desculpe o auê...!"

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= Eduardo Matarazzo Suplicy =


É o que Rita Lee diria aos organizadores de rodeios no Brasil, como os de Barretos. Eles a estão processando pelas críticas que fez aos maus tratos que, por vezes, acontecem aos animais na realização de rodeios. Os comentários de Rita Lee foram transmitidos pela Rede Globo no Fantástico.

Importante considerar que Rita Lee é uma das mais talentosas artistas brasileiras, autora de mais de 400 composições, muitas das quais são cantadas de cor pelos brasileiros de todas as idades, tais como "Mania de Você", "Lança Perfume", "Doce Vampiro". Mais do que cantar, quantos de nós não apreciamos dançar ao som dessas músicas?

Rita Lee externa sempre seus sentimentos com muito bom humor e liberdade, por vezes de maneira caricatural para reforçar a sua intenção, mas sempre de maneira afável para com o público e para com os que são objeto de seus comentários. É natural, portanto, que por vezes ela possa exagerar.

Os organizadores dos rodeios, que já tiveram o direito de resposta no próprio Fantástico, devem também considerar que Rita Lee tem um carinho muito especial pelos animais. No sítio onde mora, a 30km de São Paulo, ela tem gatos, cachorros, ratinhos, tartarugas e carpas. Ela costuma dizer que "precisa se segurar para não levar para casa os bichos que encontra no caminho".

Rita Lee é um patrimônio dos brasileiros e, em especial dos paulistanos. Recente levantamento feito pela Internet sobre quais as coisas mais bonitas de São Paulo colocou Rita Lee em sétimo lugar.

O meu apelo aos organizadores dos rodeios é para que respeitem a liberdade de expressão no Brasil, sobretudo a de artistas tão queridos quanto Rita Lee, e que desistam do processo ou façam um acordo com a cantora perante a Justiça. Aliás, mais importante do que solicitar à Justiça que ela pague uma multa é esclarecer os cuidados que estão tendo para que os animais não sofram quaisquer maus-tratos.



*Eduardo Matarazzo Suplicy* é senador
(revista Caros Amigos-maio/2008)

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Inconsciente Vital e a Síntese de Proteínas

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“Existe uma forma de psiquismo dos órgãos, tecidos e células que obedece a um 'sentido' global de auto-conservação. O inconsciente vital dá origem a fenômenos de solidariedade celular, modificação de tecidos, defesa imunológica e, em suma, ao acontecer com êxito do sistema vivo, coordenando as funções de regulação orgânica e homeostase. O inconsciente vital possui uma grande autonomia em relação à consciência e ao comportamento intencional humano”.

Rolando Toro

"A percepção das fantásticas redes de trilhões de células
que se auto-organizam produzindo nossos corpos de primatas
que através de poderosos cérebros inventivos
criaram artefatos digitais televisivos
que hoje esquadrinham os segredos
dos átomos e galáxias que nos compõem.

O padrão de organização das células
é uma formidável sofisticação fisiológica
que só não é mais extraordinária
que a tecnologia computacional humana
pois é a própria tecnologia humana
que nos permite contemplar
essa inteligência expressa
nas miríades de formas notáveis
que entoam os processos-chaves
de toda a evolução criativa
da majestosa vida na Terra."

Filipe Freitas

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terça-feira, 20 de maio de 2008

Mimi

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Que a janela ao mundo permita olhares diversos para uma Terra de todos.
Um beijo
Na tela do “falso espelho” do meu preferido René Magritte
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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Retrato -- Cecília Meireles --

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Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

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terça-feira, 13 de maio de 2008

Volta Pra Terra!

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De repente vi-me vivendo n'uma era em que
o homem maltrata sua mãe...

Com toda naturalidade, recusa-lhe com asco,
alegando higiene e prevenção
de imprescindíveis doenças.
Arranca-lhe o que interessa e joga-lhe na cara
quando não quer mais.

Escraviza e explora seus outros filhos.
Passa-lhe por cima após asfixiá-la até não mais conseguir respirar.
Sem qualquer intenção de demonstrar gratidão, como um adolescente rebelde, procura distanciar-se cada vez mais, julgando-se independente...
...Volta pra Terra!
Honra tua mãe, seu filho da puta!


-- Renato Tatu (A)lado --

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sábado, 3 de maio de 2008

Sonhos Guaranis

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Mato Grosso encerra em sua própria terra

Sonhos Guaranis

Por campos e serras a história enterra

Uma só raiz

Que aflora nas emoções e o tempo faz cicatriz

Em mil canções

Lembrando o que não se diz

Mato Grosso espera esquecer quisera

O som dos fuzis

Se não fosse a guerra quem sabe hoje era

Um outro País

Amante das tradições de que me fiz aprendiz

Em mil paixões sabendo morrer feliz

Cego é o coração que trai

Aquela voz primeira que de dentro sai

E as vezes me deixa assim

Ao revelar que eu vim

Da fronteira onde o Brasil foi Paraguai!

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(Almir Sater e Paulo Simões)


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sexta-feira, 18 de abril de 2008

A função da arte

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Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!


Eduardo Galeano

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Scrap de Michèle Sato de 14 de junho de 2007

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A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem
a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos

-- Manoel de Barros --

.;..*;.
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quarta-feira, 16 de abril de 2008

Scrap de Michèle Sato de 16 de maio de 2007

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Um beijo
Nas rajadas de alegria
Pelas brisas assoprando no mar
Com histórias para delirar e amar

- Mimi -
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.*:

terça-feira, 15 de abril de 2008

Scrap de Michèle Sato de 09 de abril de 2008

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sob a língua

palavras, beijos, alimentos
alimentos, beijos, palavras

o saber que a boca prova
o sabor mortal da palavra

~Orides Fontela

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meu beijo
minha palavra
minha amizade...
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domingo, 16 de março de 2008

O uso racional da água

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O que é a água?

A água é um composto formado por dois átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), resultando daí a sua representação química: H2O. Pode ser encontrada na natureza em três estados físicos: líquido, que é o caso das chuvas, rios, lagos e oceanos; gasoso, nas nuvens e vapores; e sólido, quando congelada nas geleiras e blocos de gelo.

A água é, ao lado do ar, um elemento essencial para a existência de vida no planeta, desempenhando um papel fundamental nas funções biológicas de animais e plantas. A sobrevivência do homem, como a de todos os seres vivos, depende da água, que corresponde a cerca de 75% do seu peso corporal.

E não é somente porque mata a sua sede, mas porque a água está presente em todas as atividades humanas, desde a higienização pessoal, até a produção de alimentos, construção de suas casas, fabricação dos mais diversos produtos e como meio de recreação, transporte e afastamento de dejetos.

Toda a história da humanidade está vinculada à água. As grandes civilizações se formaram junto a grandes rios, como o Tigre e o Eufrates, na Mesopotâmia, o Nilo, no antigo Egito, o Indo, onde hoje se localiza a Índia e o Paquistão, e o Huang He, ou o Rio Amarelo, na China. Esses cursos d’água, ao se extravazarem nas cheias, fertilizavam as várzeas e garantiam safras generosas de alimentos, ofereciam pesca abundante e constituíam o caminho natural e estratégico em seus deslocamentos.

As grandes cidades do mundo têm suas histórias ligadas a um rio. É o caso de Roma, erguida às margens do Tibre; Paris, cuja paisagem tem sempre o Sena ao fundo; e Londres, que tem o Tâmisa, em cujas margens foram construídos o Palácio de Westminster e a Torre de Londres, que são duas das principais referências da cidade.

São Paulo, a quarta maior metrópole do mundo, e o Rio Tietê, igualmente, não permitem que se conte a história de uma sem falar do outro. O Tietê, um rio exclusivamente paulista, foi o caminho por onde se deslocaram os primeiros bandeirantes que demandavam o interior do país. O rio foi o grande manancial de abastecimento até a metade do século XX, espaço de lazer e recreação e, triste papel de todos os rios, o meio para o afastamento do esgoto da cidade.

Por causa da sua aparente abundância, em suas diversas formas, a humanidade nunca deu a devida importância à água, utilizando-a de forma indiscriminada no abastecimento humano, produção industrial e agropecuária e como meio de dissolução de dejetos.

Por isso, a escassez de água em algumas regiões do mundo já é realidade. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO, a escassez de água já afeta 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo, enquanto outros 500 milhões já começam a sentir essa ameaça. Providências urgentes precisam ser tomadas para reverter a situação, mesmo no Brasil, onde, apesar da abundância, a água é distribuída de forma irregular pelo país. O Estado de São Paulo já se ressente dessa carência, especialmente na Região Metropolitana de São Paulo, que abriga o maior parque industrial da América Latina.

O acesso à água potável é condição básica da democracia, pois trata-se de um bem fundamental à vida. É por esse motivo que a Organização das Nações Unidas, durante a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como a Rio 92, elegeu a data de 22 de março para celebrar o Dia Mundial da Água.

A preocupação da ONU é de conscientizar todos os povos do mundo a preservar os mananciais e utilizar a água de forma racional, sem desperdícios, para tornar mais justa a sua distribuição. Em outras palavras, a água na medida certa.

A água no mundo

A água cobre cerca de 75% do planeta, o que fez o russo Yuri Gagarin, primeiro cosmonauta a realizar um vôo orbital em torno do planeta, no dia 12 de abril de 1961, exclamar: “A Terra é azul”. Mas essa aparente abundância deve ser vista com cautela. Segundo estudos de Robert G. Wetzel, da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, em 1983, o volume de água existente no mundo é da ordem de 1,380 bilhão de km3. Mas é preciso considerar que cerca de 97,5% de toda essa água é salgada, restando apenas 2,5% de água doce, ou 35 milhões de km3. Deste total, aproximadamente 77,2% encontra-se retida nas calotas polares e em geleiras, 22,4% no subsolo, 0,35% nos lagos e pântanos, 0,04% na forma de vapores na atmosfera e apenas 0,01% nos rios, ou algo em torno de 126.200 km3, disponível para o consumo humano imediato.

Distribuição de água na biosfera e tempo de renovação

O volume de água no planeta é constante, mas a sua distribuição entre as várias formas de ocorrência pode ter se alterado em decorrência do aquecimento global, sendo provável a redução das extensões de geleiras e o aumento dos oceanos.

Outra questão a ser considerada é a distribuição geográfica dos recursos hídricos, extremamente irregular, gerando distorções culturais e econômicas significativas. Cerca de 26 países dispõem de menos de mil m3 de água por ano por habitante, índice considerado alarmante pela ONU.

Veja a distribuição desses países por continente:
- África ............................... 11 países
- Oriente Médio ..................... 9 países
- Europa .............................. 4 países
- Antilhas ............................. 1 país
- Extremo Oriente .................. 1 país

Outra questão que afeta a disponibilidade de água para abastecimento humano é a poluição. Alguns países, localizados na porção final dos cursos d’água, têm fartura de água mas com a qualidade comprometida pelos despejos urbanos e industriais ocorridos ao longo do seu percurso.

Países de grandes dimensões territoriais, especialmente os localizados em regiões tropicais, com intensas precipitações atmosféricas, são os que apresentam maior disponibilidade de água. É o caso do Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia e outros, cujos territórios são entrecortados por extensas bacias hidrográficas. Em contraposição, temos países como o Egito, Líbia e Argélia, na África, e Arábia Saudita, Síria e Jordânia, no Oriente Médio, onde a carência de água constitui motivo de tensão, afetando a estabilidade política e social na região.

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, o acesso à água potável e ao saneamento básico deve ser considerado um direito básico do homem. Mas a realidade não nos permite sermos otimistas. Dados da própria entidade apontam que, em 2015, cerca de três bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial nessa data, deverão enfrentar dificuldades para suprir as suas necessidades, morando em países sem água suficiente para atender à demanda na agricultura e na indústria.

Se o conteúdo de um recipiente de um litro correspondesse a toda água existente no mundo, a parcela de água doce equivaleria a um copinho de café e o volume disponível para consumo imediato do homem não seria mais umas poucas gotinhas.

A água no Brasil

País tropical, com grande extensão territorial, o Brasil foi privilegiado pela natureza na disponibilidade de recursos hídricos superficiais, concentrando cerca de 12% da água doce do planeta. Os rios nacionais apresentam uma vazão média da ordem de 180 mil m3/segundo. Assim, cada brasileiro dispõe de aproximadamente 34 mil m3/ano “per capita” de água, mais dos que os mil m3/ano “per capita” que as Nações Unidas julgam necessários para o homem viver com conforto, satisfazendo todas as suas demandas.

Mas, da mesma forma que no mundo, a distribuição dessa água também se dá de forma extremamente irregular. Enquanto a bacia do Rio Amazonas, a mais extensa do planeta, concentra 72% dos recursos hídricos superficiais do país, a região do semi-árido nordestino enfrenta escassez de água, com períodos de seca cíclicos. Se não considerarmos a bacia do Rio São Francisco, o Nordeste, que corresponde a cerca de 12% do território brasileiro, concentra apenas 2% das águas superficiais do país.

Veja a distribuição dos recursos hídricos superficiais no país:

- Região Norte ....................... 68,5%
- Região Centro-Oeste ............ 15,7%
- Região Sul ........................... 6,5%
- Região Sudeste .................... 6,0%
- Região Nordeste ................... 3,3%

A situação de maior fartura ocorre na região com baixa ocupação demográfica, enquanto as áreas mais densamente povoadas, e com atividades industriais mais intensas, já experimentam a escassez do produto. Com efeito, um estudo da disponibilidade “per capita” mostra que o habitante da região Norte dispõe de quase doze vezes mais água do que a média nacional, enquanto o da região Centro-Oeste dispõe de um pouco mais do que o dobro. Em contrapartida, o habitante da região Sul precisa se contentar com menos da metade e os das regiões Sudeste e Nordeste com pouco mais de um décimo.

O Estado de São Paulo ficou com apenas 1,6% da água doce do país para tocar a locomotiva da nação, que responde por 35% do PIB e 22% da população nacional. O cenário se torna um pouco mais alarmante se fecharmos o foco sobre a Região Metropolitana de São Paulo, que concentra 50% do PIB e da população estadual.

Aqui, a carência de água já é uma realidade. Quase a metade dos 70 m3 por segundo de água consumida é bombeada do Rio Juqueri, levando a ameaça de colapso também para as cidades da bacia do Piracicaba-Capivari-Jundiaí. A situação, em menor grau, se repete no Vale do Paraíba e na Baixada Santista.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, uma pessoa necessita de, no mínimo, 80 litros diários, ou 2.400 litros mensais, de água potável para satisfazer as suas necessidades básicas – alimentação e higiene. A distribuição irregular da água no país cria distorções no perfil de consumo, com algumas regiões se aproximando perigosamente do patamar mínimo.

Os usos da água e o ciclo hidrológico

O uso mais imediato que o ser humano faz da água é na dessedentação, isto é, a ingestão de água para satisfazer as suas necessidades fisiológicas. Mas nas residências, além de matar a sede, a água é utilizada no preparo de alimentos, higienização, saneamento, limpeza e outras finalidades. Para tais necessidades, a Organização Mundial de Saúde – OMS recomenda o mínimo de 80 litros de água por dia por habitante.

Mas a oferta em volume inferior a 1.000 m3 por ano por habitante é considerada um patamar crítico pela ONU. Isto se justifica, pois além das necessidades do organismo, há o consumo representado pelos setores industrial, agropecuário e de serviços, que têm na água um insumo fundamental. É o caso da mineração, metalurgia, das indústrias de papel e celulose, química, e de alimentos e bebidas e outras, que fazem uso intensivo da água.

Há casos em que a água é incorporada nos produtos e em outros, quando o seu uso se destina à refrigeração, por exemplo, em que esse recurso não é consumido e retorna à natureza. Mas ao retornar aos corpos d’água passa a apresentar características diversas das originais, tornando-se inadequada para o consumo.

A natureza, no entanto, dotou o planeta de um grande sistema de purificação dessa água, que lançada nos corpos d’água acaba se diluindo nos oceanos. Trata-se do ciclo hidrológico, no qual a energia solar se encarrega de promover a evaporação das águas, especialmente as do oceano, condensando-as na atmosfera na forma de nuvens e precipitando-as na forma de chuvas. Ao atingir o solo, essa água alimenta as reservas hídricas representadas pelos rios, lagos, geleiras e lençóis freáticos. A grande preocupação na gestão desses recursos é a demanda pela água superar a capacidade de renovação da natureza.

Período de tempo necessário para a renovação das reservas hídricas do planeta

Local

Volume (em mil km3)

Tempo de renovação

Oceanos

1.370.000

3.100 anos

Calotas polares e geleiras

29.000

16.000 anos

Água subterrânea

4.000

300 anos

Água doce de lagos

125

1-100 anos

Água salgada de lagos

104

10-1.000 anos

Água misturada no solo

67

280 dias

Rios

1,2

12-20 dias

Vapor d´água na atmosfera

14

9 dias

Fonte: R.G. Wetzel, 1983.

Os recursos hídricos renováveis correspondem a cerca de 40.000 km3 por ano, sendo que quase dois terços desse volume retornam aos oceanos após as chuvas. O restante é absorvido pelo solo, infiltrando-se nas camadas superficiais e depositando-se nos depósitos subterrâneos, que são as principais fontes de água dos cursos de água durante as estiagens, resultando, então, cerca de 14.000 km3 de suprimento de água. Por isso devem ser concentrados grandes esforços na gestão dos recursos hídricos para retardar o retorno das águas aos oceanos, retendo-as o maior tempo possível nos continentes.

Simultaneamente, é necessário implementar políticas para impedir que a ação antrópica interfira no ciclo das águas, alterando especialmente o regime de chuvas. Ações como o desmatamento para expansão das fronteiras agrícolas e para extração de madeira, levam à compactação do solo, prejudicando a penetração da água no solo e favorecendo o escoamento superficial, diminuindo a recarga dos aqüíferos subterrâneos.

(...)

A água potável e abastecimento público

(...)

Levantamento da Organização Mundial da Saúde – OMS revela que cada dólar aplicado em serviços de saneamento resulta numa economia de cinco dólares nos sistemas de saúde do Estado. Em 400 a.C., Hipócrates já enfatizava a relação entre a qualidade da água e a saúde da população.

Para chegar às torneiras das residências, com qualidade e em quantidade suficiente, a água tem que percorrer um longo caminho, em que várias etapas devem ser cumpridas. É o que se denomina sistema público de abastecimento de água. Isto ocorre porque a água destinada ao abastecimento da população, ao uso doméstico, deve atender a rigorosas exigências previstas em lei.

Esse esforço todo é para evitar e controlar doenças e epidemias transmitidas pela água, e garantir a não interrupção desse fornecimento. Isso só é possível porque o abastecimento coletivo e público permite monitorar a quantidade e a qualidade da água desde o manancial (onde ela é retirada) até a distribuição para as residências. O que exige muitos recursos financeiros e humanos.

O sistema de abastecimento de água para fins de consumo humano é constituído de instalações e equipamentos destinados a fornecer água potável a uma comunidade. Sendo que o tratamento é a etapa mais cara e complexa de realizar. (...)

Águas subterrâneas

A água subterrânea representa outra importante fonte abastecendo mais da metade dos municípios paulistas, entre eles, Jales, Fernandópolis, Novo Horizonte, Ribeirão Preto, Araraquara e São José do Rio Preto. Por esse motivo, é fundamental que esse manancial também mereça o devido cuidado, com a realização de levantamentos de informações hidrogeológicas que permitam a exploração racional e econômica desse recurso.

Importantes cidades do país dependem integral ou parcialmente da água subterrânea para abastecimento, como, por exemplo: Ribeirão Preto (SP), Mossoró e Natal (RN), Maceió (AL), Região Metropolitana de Recife (PE) e Barreiras (BA). No Maranhão, mais de 70% das cidades são abastecidas por águas subterrâneas, percentual que chega a 80% no Piauí.

Um dos aqüíferos subterrâneos mais importantes do mundo é o Guarani, que se estende pelos Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e pelo Paraguai, Uruguai e Argentina, numa extensão de 1,2 milhão de km2, dos quais 840 mil k2 encontram-se no Brasil, estimando-se suas reservas em cerca de 45 mil km3.

Embora estejam melhor protegidos que os rios e lagos, os mananciais subterrâneos também estão sujeitos a contaminações decorrentes de ocupações inadequadas em áreas mais vulneráveis, por fossas, infiltrações de efluentes industriais, aterros sanitários e outros, além da superexploração, que pode levar ao esgotamento, especialmente após o desenvolvimento de poderosas bombas elétricas e a diesel com capacidade de operação extremamente elevada.

(...)

Dicas para uso consciente da água

Diante da situação crítica de oferta de água no planeta, é fundamental que a sociedade se conscientize da necessidade de utilizá-la de forma racional, evitando os desperdícios. É preciso alterar hábitos de consumo, mudando o comportamento perdulário em relação a esse recurso da natureza.

Cada cidadão pode contribuir para preservar esse precioso bem. Veja algumas dicas simples que podem ser adotadas no dia-a-dia, contribuindo para a conservação e manutenção do abastecimento de água.

Na cozinha

  • Durante a lavagem da louça, a melhor forma de economizar água é limpar os restos de comida dos pratos e panelas com esponja e sabão e só então abrir a torneira para molhá-los. Depois de ensaboar tudo, abrir novamente a torneira para novo enxágüe.
  • Em um apartamento, lavar louça com a torneira meio aberta durante 15 minutos utiliza 243 litros de água. Com a economia, o consumo pode cair para 20 litros.
  • Uma lavadora de louças com capacidade para 44 utensílios e 40 talheres gasta 40 litros de água. Por isso o ideal é utilizá-la somente quando estiver totalmente cheia.

No banheiro

  • O banheiro é o local que mais consome água numa casa. Fique atento aos vazamentos e mantenha a descarga regulada.
  • A vazão média de uma torneira é de 16 litros por minuto. Por isso manter as torneiras fechadas quando escovamos os dentes, a louça ou fazemos a barba representa uma boa economia.
  • Um banho de ducha de 15 minutos, com o registro meio aberto consome 243 litros de água. Se fecharmos o registro, quando nos ensaboamos, e reduzirmos o tempo do banho para 5 minutos, o consumo de água total cai para 81 litros.
  • No caso de banho com chuveiro elétrico, também de 15 minutos e com o registro meio aberto, são gastos 144 litros de água. Com o fechamento do registro e a redução do tempo, o consumo cai para 48 litros.

Na lavanderia:

  • O mesmo vale para a máquina de lavar roupa e para o tanque. Junte bastante roupa suja antes de usá-los. Não lave uma peça por vez. A lavadora de roupas com capacidade de 5 quilos gasta 135 litros por ciclo de lavagem.

No jardim:

  • Use um regador para molhar as plantas ao invés de utilizar a mangueira. Mangueira com esguicho-revólver também ajuda a economizar. Ao molhar as plantas durante 10 minutos com mangueira, o consumo de água pode chegar a 186 litros. Com as outras opções, pode-se economizar até 96 litros por dia!

Dicas gerais:

  • Reutilizar a água numa casa é outra atitude inteligente. A água do último enxágüe da máquina de lavar pode, por exemplo, ser utilizada para a limpeza doméstica, e até para dar descarga nos banheiros. Quem vive em casa pode também coletar água de chuva para afazeres secundários, como lavar uma área ou regar as plantas.
  • Não despeje o óleo de frituras na pia. Esta gordura, além de contribuir para o entupimento dos canos, dificulta o tratamento do esgoto. Separe este material e destine para locais que fabricam sabão.
  • Pratique coleta seletiva. A reciclagem é uma maneira eficiente de contribuir na economia da água. Os produtos reciclados consomem menos água do que os produtos produzidos a partir de matéria-prima virgem.
  • Se você detectar um vazamento de água na rua ou calçada, ligue para a empresa de saneamento de sua cidade e comunique da situação.
  • Informe-se sobre a origem e o destino de tudo que você consome. Consumir produtos feitos com métodos ecológicos ajuda a diminuir os desperdícios na cadeia produtiva e os impactos no meio ambiente.
  • Atenção aos desperdícios e descuidos no uso da água. Eles tornam o gasto muito maior do que o necessário, ainda mais em condomínios, onde o consumo é maior devido à pressão da água.
  • Não deixe a torneira aberta enquanto escova os dentes ou faz a barba.
  • Tome banho rápido e ensaboe o corpo com o chuveiro desligado.
  • Não deixe as torneiras pingando e elimine os vazamentos.
  • Feche a torneira enquanto ensaboa pratos e talheres.
  • Não utilize mangueiras para lavar carros ou calçadas. Use vassoura e balde.
  • Reutilize a água da máquina ou do tanque, que já contém detergentes, para a lavagem de quintais, calçadas e áreas de serviço.
  • Só regue o jardim nas horas de temperatura mais amena para evitar a perda por evaporação.

Fonte: http://www.ambiente.sp.gov.br/mutiraoazul/2agua_no_mundo.asp

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Edna Costa. Tecnologia do Blogger.